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A Airbus sofreu perdas substanciais, especialmente na sua divisão de sistemas espaciais. | Foto: Bloomberg
Após a turbulência na Boeing, a Airbus, com sede na Holanda, planeia cortar 2.500 empregos nas suas divisões de defesa e aeroespacial. A importante medida visa agilizar as operações do gigante espacial europeu, à medida que este lida com dificuldades financeiras contínuas.
Segundo o relatório, estes cortes de empregos, que representam cerca de 7 por cento do departamento, deverão ser implementados até meados de 2026. Embora a Airbus não tenha fornecido uma declaração oficial, a informação surge em meio a lutas contínuas nos setores de defesa e aeroespacial.
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Atrasos em projetos e pressões de custos
A Airbus sofreu perdas substanciais, especialmente na sua divisão de sistemas espaciais, onde projectos como o Onesat sofreram atrasos e custos crescentes. Em resposta, a empresa lançou uma revisão de eficiência mais ampla, denominada ATOM, destinada a enfrentar desafios operacionais e identificar medidas de redução de custos, segundo a AFP.
A decisão chega num momento em que a Boeing também enfrenta desafios consideráveis em termos de força de trabalho. O concorrente aeroespacial americano anunciou planos para cortar 17.000 empregos como parte de um plano de reestruturação mais amplo, devido a perdas financeiras e à greve em curso de 33.000 trabalhadores pela Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM). Os trabalhadores em greve da Boeing exigem um aumento salarial de 40% nos próximos quatro anos. Enquanto a secretária interina do Trabalho dos EUA, Julie Sue, está a mediar a disputa, a Boeing prepara-se para despedimentos significativos a partir de Novembro, com muitos no sector da aviação comercial a receberem avisos de despedimento de 60 dias.
Impacto nas companhias aéreas
As demissões na Airbus e na Boeing refletem as pressões financeiras que a indústria aeroespacial enfrenta atualmente. As divisões de defesa e aeroespacial da Airbus foram particularmente afetadas pelo aumento dos custos e pelos atrasos, enquanto a Boeing luta com disputas laborais e as consequências financeiras da pandemia de Covid-19.
As companhias aéreas comerciais também estão a ser afetadas, com muitas dificuldades devido a atrasos nas entregas de aeronaves de ambos os fabricantes. O CEO da Ryanair, Michael O’Leary, disse recentemente que a companhia aérea teria sorte se conseguisse de 10 a 15 aviões da Boeing depois de março de 2024, e não os 30 inicialmente esperados. Outras companhias aéreas, incluindo a Air France-KLM e a Lufthansa, relataram atrasos semelhantes, citando problemas nos motores e contratempos na produção.
A perturbação é causada pela incerteza financeira, disputas laborais e desafios na cadeia de abastecimento.
Publicado pela primeira vez: 16 de outubro de 2024 | 18h09 É