ANCARA (Reuters) – A Turquia realizou ataques aéreos contra militantes curdos no norte do Iraque durante a noite, atingindo dezenas de alvos pela segunda noite consecutiva, informou o Ministério da Defesa nesta sexta-feira, após um ataque armado que matou cinco pessoas em Ancara.
A operação seguiu-se a uma reunião de segurança que o presidente Tayyip Erdogan presidiu com ministros importantes e as forças armadas e chefes de agências de inteligência em Istambul, na noite de quinta-feira.
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que há quatro décadas trava uma insurreição no sudeste da Turquia, assumiu na sexta-feira a responsabilidade pelo ataque de quarta-feira em Ancara.
A Turquia atingiu 34 alvos do PKK em Hakurk, Gara, Qandil e Sinjar, no norte do Iraque, destruindo abrigos, armazéns e outras instalações, e “neutralizando” um grande número de militantes, disse o ministério.
Fontes de segurança disseram separadamente que a Organização Nacional de Inteligência da Turquia (MIT) atingiu um total de 120 alvos do PKK no Iraque e na Síria desde o ataque em Ancara.
Na quarta-feira, dois agressores – um homem e uma mulher – armados com espingardas automáticas e explosivos atacaram a sede das Indústrias Aeroespaciais Turcas (TUSAS) em Ancara. Cinco pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas no ataque.
Ambos os agressores foram mortos. O ministro do Interior, Ali Yerlikaya, disse mais tarde que foram confirmados como membros do PKK.
A mídia turca informou na sexta-feira que Erdogan teria dito, em seu retorno da cúpula do BRICS na Rússia, que os autores do ataque haviam se infiltrado na Síria.
O ataque ocorreu um dia depois de um importante aliado de Erdogan ter dito que o líder preso do PKK, Abdullah Ocalan, poderá ser autorizado a falar no parlamento da Turquia, se anunciar o fim da insurgência do grupo, em troca da possibilidade de ser libertado.
Separadamente, a polícia turca deteve 176 supostos membros do PKK em operações em toda a Turquia, disse Yerlikaya na sexta-feira.
O PKK pegou em armas contra o Estado turco há 40 anos e mais de 40 mil pessoas foram mortas no conflito. É designado grupo terrorista pela Turquia e pelos seus aliados ocidentais. REUTERS