NOVA IORQUE – A representação feminina nos conselhos de administração quase triplicou desde 2010, com as empresas com maior diversidade de género a proporcionarem retornos mais elevados para os acionistas em comparação com conselhos de administração dominados por homens, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

As mulheres representavam 26 por cento dos conselhos de administração em 2023, contra 9 por cento em 2010, destacando como as regulamentações na Europa, nos EUA e na Ásia que obrigam à mudança estão a afectar as empresas globais, mostrou um relatório da Bloomberg Intelligence divulgado em 9 de Dezembro.

As 20% das empresas com maior participação feminina nos conselhos de administração obtiveram um retorno entre 2% e 5% superior ao dos 20% inferiores nos mercados desenvolvidos, refere o relatório. Nos mercados emergentes, eram 2% a 6% menos voláteis do que os seus retardatários em termos de diversidade, de acordo com a investigação.

“Quer você acredite que a diversidade é um imperativo moral ou não, no final das contas, o melhor desempenho associado à maior diversidade mostra que ela tem um caso financeiro e de negócios”, disse Adeline Diab, estrategista-chefe de ESG da Bloomberg Intelligence, à Bloomberg TV. “Isso deve reforçar os programas de D&I.”

As bolsas globais, de Hong Kong à União Europeia e ao Japão, impuseram exigências às empresas para que diversificassem os seus conselhos de administração entre agora e 2030. Mesmo nos EUA, onde há uma reação crescente contra as práticas de diversidade por parte de políticos e advogados conservadores, as empresas estão sob pressão para adicionar mais mulheres.

As mulheres fizeram progressos em C-Suites do Reino Unido, mas não em cargos de CEO

A percentagem média de mulheres nos conselhos de administração do S&P 500 ronda os 35%, mostram dados compilados pela Bloomberg. Excede os 40% em alguns países europeus com quotas de diversidade, mostram os dados.

Ainda assim, os ganhos na administração continuam menos evidentes nos cargos de topo; as mulheres representam menos de 10% dos diretores executivos do S&P 500, mostram dados compilados pela Bloomberg. Globalmente, as mulheres estão mais bem representadas em cargos de diretor financeiro, embora os homens ainda as superem em número cinco vezes, descobriu a Bloomberg Intelligence.

O relatório prevê que as mulheres alcançarão a paridade nos conselhos de administração nos mercados ocidentais antes da próxima década. No entanto, existe o risco de as mesmas mulheres serem convidadas a ocupar demasiados conselhos de administração, o que está a acontecer na Ásia e é uma preocupação crescente nos EUA e na Europa, concluiu o relatório.

O maior obstáculo continua a ser a crescente reação contra os programas de diversidade, equidade e inclusão, que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, se comprometeu a restringir ao criar um gabinete hostil às iniciativas de diversidade. Ao mesmo tempo, a pressão das redes sociais está a levar as empresas a recuar, mesmo sem acção governamental, afirma o relatório. BLOOMBERG

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