O evento privado realizado no complexo da EFMM gerou polêmica nas redes sociais. Após diversas discussões, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ifan) manifestou “grande preocupação”. Festas privadas organizadas no Complexo Ferroviário Leandro Morais Madeira-Mamore (EFMM), em Porto Velho, incluindo um evento de Réveillon, geraram discussão nas redes sociais. Esta semana, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ifan) manifestou “grande preocupação” com o cenário. ➡️Contexto: O complexo da EFMM é tombado como Patrimônio Cultural Brasileiro desde 2006 e sua história se confunde com a do estado de Rondônia. O local foi reaberto em 4 de maio, após uma paralisação de cinco anos para reformas. Em 2024, foi assinado contrato de concessão do complexo no município de Porto Velho e o grupo Amazon Fort Soluções Ambientais e Serviços de Engenharia Ltda venceu a licitação. Durante os primeiros três meses de inauguração do complexo, o museu e o anexo da EFMM foram administrados pela Prefeitura de Porto Velho, cabendo ao Forte da Amazônia a manutenção e conservação. Após esse período, a empresa assume toda a gestão do site. O contrato de concessão não menciona especificamente a realização de eventos, permitindo apenas “aluguel de camarotes/espaços para implantação de restaurantes, lojas e similares”. Em setembro deste ano, a Associação dos Ferroviários de Rondônia enviou ofício à Superintendência do Patrimônio Sindical (SPU) para cancelar uma festa de música eletrônica que deveria acontecer no espaço. No entanto, a associação afirma que não teve resposta e que o incidente ocorreu. Em meio à polêmica, a Superintendência do Patrimônio Federal (SPU) questionou a validade da concessão do complexo ferroviário Madeira-Mamoré à empresa Forte Amazonas. Após o impasse entre a SPU e a Prefeitura de Porto Velho, o Ministério Público Federal (MPF) emitiu recomendação para resolver o conflito entre eles. Na recomendação, o MPF-RO deu prazo de 15 dias para ajustes nos contratos de trabalho. Em dezembro, uma nova polêmica eclodiu: uma festa privada de réveillon nas dependências do complexo da EFMM. No entanto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ifan) disse que não sancionou o evento. Segundo Ifan, o projeto do evento só foi apresentado no dia 13 de dezembro, o que dificultou a análise, já que o prazo para atendimento era de 45 dias antes. Além disso, Ifan informou que o incidente é motivo de “grande preocupação”, pois apresenta um elevado risco para a integridade do património histórico, uma vez que será ocupado por um grande número de pessoas. Ao G1, o Forte Amazonas disse ter sido surpreendido por notas emitidas pelo Ifan à Prefeitura e outras instituições, alegando que a concessionária não estava cumprindo os prazos estabelecidos. Segundo a empresa, esta afirmação não condiz com a realidade, pois as recomendações e determinações para este evento e outras já determinadas foram cumpridas pela empresa. O Sindicato Ifan, o Ministério Público Federal e a Prefeitura de Porto Velho solicitaram providências para garantir que a utilização do local esteja de acordo com o acordo e as negociações realizadas em conjunto. Em nota, o MPF disse ter recebido a carta do Ifan e estar analisando o caso. O g1 também entrou em contato com o sindicato e a Prefeitura de Porto Velho, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Leia também: Caso Clay Bagattini: Suspeito de homicídio de dentista de Vilhena morre em tiroteio com polícia em RO, MT Suspeito de homicídio de Vilhena em frente à própria residência em fuga, diz polícia reanimou Complexo Ferroviário da Madeira -Mamoré fechará oficialmente para reformas em 2019 foi feito Mamoré investiu cerca de R$ 30 milhões em revitalização, como compensação ambiental pela construção da hidrelétrica. Santo Antonio está localizado às margens do Rio Madeira. A hidrelétrica fica a cerca de 6 km do complexo. A reforma abrange apenas a área do centro de Porto Velho, onde ficava a estação ferroviária. Os trilhos não fazem parte do revival e não há expectativa de que as locomotivas voltem ao serviço A obra realizada por Santo Antonio foi concluída em maio de 2023. Há um mês, em março, foi assinado o contrato de concessão do complexo entre a prefeitura de Porto Velho e o Grupo Amazon Fort Soluções Ambientes e Serviços de Engenharia Lida, seu grupo vencedor. Estrutura do Complexo Público de Licitações (EFMM) Foto: Marcos Miranda O documento previa cinco meses para conclusão das obras do Forte da Amazônia e reabertura da EFMM. Prazo não cumprido. O G1 questionou o Amazon Fort sobre o motivo do atraso nas obras, mas a empresa não respondeu aos questionamentos. Após reunião realizada na sede do Ministério Público Federal entre os responsáveis pelo complexo, a reabertura parcial do local foi marcada para 30 de abril. Posteriormente, a data foi adiada para 4 de maio devido a divergências com a agenda do prefeito Hildon Chavez. O que foi feito durante esse tempo? Segundo a prefeitura, um espaço de 106 mil m² foi revitalizado. As obras incluem reconstrução/renovação de: comboios; Galpão Ferroviário; deck de madeira; caminho a pé; área verde; Estacionamento para mais de 270 carros; O muro de pedra que protege a margem do rio; restaurantes e lojas; Reabertura do museu Após cinco anos de reformas, o complexo reabriu em maio, apenas parcialmente. Nesta primeira fase a população só tem acesso à praça e ao museu. Outros espaços, como praças de alimentação e boxes comerciais, não estão disponíveis. O g1 perguntou à empresa por que outros locais ainda não estavam disponíveis ao público e se havia plano de reabertura total, mas a empresa não respondeu. A entrada na praça é gratuita entre 10h e 22h diariamente. A entrada no museu é cobrada e é necessária a compra do ingresso online. O horário de funcionamento é de quarta a sábado das 10h às 18h e domingo das 10h às 16h. Veja notícias de Rondônia