Um motim numa prisão na capital moçambicana, Maputo, deixou 33 mortos e 15 feridos, disse na quarta-feira o comandante-geral da polícia do país, Bernardino Rafael, continuando a agitação civil ligada às disputadas eleições de Outubro.

Uma decisão tomada na segunda-feira pelo mais alto tribunal de Moçambique, confirmando a vitória do partido de longa data no poder, a Frelimo, nas eleições, provocou novos protestos a nível nacional por parte dos partidos da oposição e dos seus apoiantes, que acreditam que a votação foi fraudulenta.

Enquanto Rafael culpou os protestos fora da prisão por alimentarem o motim, a Ministra da Justiça, Helena Kida, disse à emissora privada local Miramar TV que os distúrbios começaram dentro da prisão e não tiveram nada a ver com os protestos lá fora.

Forças de Segurança de Moçambique
Forças de segurança moçambicanas em Maputo em 24 de dezembro de 2024. Amylton Neves/AFP via Getty Images

“Os confrontos que se seguiram deixaram 33 mortos e 15 feridos nos arredores da prisão”, disse Rafael em entrevista coletiva.

A identidade dos mortos e feridos não é conhecida.

Cerca de 1.534 pessoas escaparam da prisão no incidente, mas 150 já foram recapturadas, disse Rafael, acrescentando que foram tentadas outras duas fugas.

“Como país, Moçambique e as forças de segurança, estamos preocupados”, disse Rafael. “Esperamos um aumento na criminalidade nas próximas 48 horas”.

O ministro do Interior de Moçambique disse na terça-feira que pelo menos 21 pessoas foram mortas em distúrbios após a decisão do tribunal superior.

Na terça-feira, o grupo de monitoramento da sociedade civil Platforma Decide disse que pelo menos 130 pessoas foram mortas em confrontos com a polícia desde o início dos distúrbios.

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