A Ucrânia, os Estados Unidos e a Coreia do Sul acusaram a Coreia do Norte de enviar mais de 10.000 soldados para ajudar a Rússia. Ucrânia captura dois prisioneiros da Coreia do Norte TV Globo O Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS) confirmou neste domingo (12) que a Ucrânia capturou dois soldados norte-coreanos feridos na região russa de Kursk esta semana, após Kiev alegar que eles estavam sendo interrogados. A Ucrânia, os Estados Unidos e a Coreia do Sul alegaram que a Coreia do Norte, com armas nucleares, enviou mais de 10.000 soldados para ajudar a Rússia a combater a Ucrânia. “O NIS, em cooperação em tempo real com o serviço de inteligência da Ucrânia (SBU) (…), confirmou que os militares ucranianos capturaram dois soldados norte-coreanos em 9 de janeiro no campo de batalha russo de Kursk”, afirmou a inteligência sul-coreana num comunicado. Leia mais Ucrânia captura dois soldados norte-coreanos Lista: Veja 20 lançamentos de motocicletas que chegarão às lojas em 2025 Bolo envenenado: Polícia detalha plano de mulher para matar a sogra No sábado (11), a SBU divulgou um vídeo mostrando dois homens em Beliche do hospital, um com curativo na mão e outro com curativo no queixo. Um médico do centro de detenção disse que um deles estava com a perna quebrada. A SBU também indicou que os homens disseram aos interrogadores que eram veteranos. Kiev, no entanto, não apresentou provas diretas no sábado de que os detidos eram cidadãos norte-coreanos. A AFP não conseguiu verificar de forma independente a sua nacionalidade. A confirmação da Coreia do Sul de que a Ucrânia tinha detido dois soldados norte-coreanos na Rússia acrescentou peso às alegações de Kiev, embora nem a Rússia nem a Coreia do Norte tenham respondido. Um dos soldados capturados revelou durante o interrogatório que recebeu treinamento militar das forças russas após chegar ao país em novembro, disse o NIS. “Inicialmente, ele pensou que estava sendo enviado para treinamento, mas depois de chegar à Rússia, percebeu que havia sido destacado”, disse o NIS. De acordo com a inteligência sul-coreana, o soldado disse que as forças norte-coreanas “sofreram perdas significativas durante a guerra”. Afirmou também que um dos detidos “passou quatro a cinco dias sem comida ou água antes de ser capturado”. O NIS disse que continuaria a trabalhar com a SBU para compartilhar informações sobre supostos combatentes norte-coreanos na Ucrânia. – Cooperação – A Rússia e a Coreia do Norte reforçaram os laços militares desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas não confirmaram se as forças de Pyongyang estão a lutar ao lado de Moscovo. O chefe diplomático dos EUA, Anthony Blinken, disse este mês que Washington acredita que a Rússia está a expandir a sua cooperação espacial com a Coreia do Norte em troca de tropas para lutar na Ucrânia. “A RPDC já está a receber equipamento e treino militar russo. Agora temos razões para acreditar que Moscovo quer partilhar tecnologia espacial e de satélite avançada com Pyongyang”, disse ele em Seul, usando o nome oficial da Coreia do Norte. Blinken, assim como Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, disseram que os Estados Unidos acreditam que a Rússia “poderia estar perto” de aceitar formalmente o estatuto da Coreia do Norte como potência nuclear. A declaração foi feita no momento em que a Coreia do Norte testava um novo míssil hipersônico, enquanto Blinken visitava seu aliado sul-coreano. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse em dezembro que quase 3.000 soldados norte-coreanos foram “mortos ou feridos” lutando ao lado da Rússia. Seul acredita que há 1.000. Pyongyang e Moscovo aprofundaram os laços políticos, militares e culturais desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em Fevereiro de 2022. Numa carta de Ano Novo, o líder norte-coreano Kim Jong Un elogiou o presidente russo, Vladimir Putin, e fez possíveis referências à guerra na Ucrânia. O líder norte-coreano disse que 2025 será o ano “em que o exército e o povo russo derrotarão o neonazismo e alcançarão uma grande vitória”.