VILNIUS – A União Europeia deve ser rápida em aumentar suas defesas, já que a Rússia pode estar pronta para um confronto em seis a oito anos, disse à Reuters em uma entrevista o indicado para ser o primeiro comissário de defesa da UE.

Andrius Kubilius, ex-primeiro-ministro da Lituânia, vizinha da Rússia, foi escolhido para impulsionar a indústria de armas do continente, fazendo com que os países da UE gastem mais em armas europeias e as adquiram em conjunto, além de fazer com que as próprias empresas cooperem mais entre fronteiras.

O novo cargo reflete como a segurança subiu ao topo da agenda política da UE desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

“Ministros da Defesa e generais da OTAN concordam que Vladimir Putin pode estar pronto para o confronto com a OTAN e a UE em 6 a 8 anos”, disse Kubilius, um crítico feroz da Rússia e apoiador da Ucrânia, na quarta-feira.

“Se levarmos essas avaliações a sério, então é hora de nos prepararmos adequadamente, e é uma hora curta. Isso significa que temos que tomar decisões rápidas e ambiciosas”, disse ele.

Kubilius disse que seu primeiro trabalho como comissário seria explorar, em conjunto com a indicada para a principal diplomata da UE, Kaja Kallas, quais recursos a União Europeia precisa para estar pronta para um desafio militar. Ele pretende concluir um estudo exploratório nos primeiros 100 dias.

Ele disse que o subinvestimento de mais de um trilhão de euros na década desde a crise financeira significava que a indústria de defesa europeia estava em uma “condição insatisfatória”.

GASTOS, NÃO FONTES

Kubilius enfrenta uma batalha difícil contra vários governos da UE que estão profundamente cautelosos em dar a Bruxelas uma palavra a dizer sobre como eles organizam suas indústrias de defesa.

A Comissão Europeia não tem mandato legal para formular políticas de defesa, e os países da UE coordenam sua defesa por meio da OTAN.

Kubilius vê seu trabalho como complementar à OTAN, não como concorrente.

“A União Europeia não terá planos de defesa ou liderança militar, como a OTAN tem – mas a União Europeia tem instrumentos para obter financiamento maior, o que a OTAN não tem”, disse ele.

Kubilius “ficaria feliz” em poder investir mais de 500 bilhões de euros nos próximos anos para impulsionar as indústrias de defesa da Europa.

Mas ele tem menos certeza sobre onde obter o dinheiro: “Não cabe a mim saber… Um comissário de defesa tem que saber onde gastar o dinheiro, não como obtê-lo. Isso cabe aos outros membros da comissão”, disse ele.

Emitir títulos de defesa conjuntos, usar fundos do Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência pós-pandemia ou recorrer ao Banco Europeu de Investimento foram opções para financiar a expansão da indústria de defesa, sugeriu Kubilius. REUTERS

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