CIDADE DO MÉXICO – Os legisladores da Câmara dos Deputados do México aprovaram por maioria esmagadora na terça-feira uma proposta para alterar a constituição para incluir a proibição de cigarros eletrônicos e dispositivos de vaporização, bem como a repressão a drogas sintéticas, como o fentanil.
POR QUE É IMPORTANTE
O ex-presidente Andrés Manuel Lopez Obrador, que enviou a proposta ao Congresso antes de deixar o cargo este ano, argumentou que os dispositivos para fumar eram prejudiciais à saúde pública, sendo as crianças particularmente suscetíveis de serem viciadas.
CONTEXTO ADICIONAL
López Obrador já havia proibido tais dispositivos por meio de um decreto presidencial, embora eles continuem amplamente disponíveis para compra. Enquanto isso, milhões de mexicanos fumam cigarros tradicionais, que continuam legais.
A reforma aprovada pela legislatura na terça-feira também sanciona “a produção, distribuição e venda de substâncias tóxicas, precursores químicos, o uso ilícito de fentanil e outras drogas sintéticas não autorizadas”.
O fentanil, embora aprovado para algum uso médico, também é em geral proibido no México.
PELOS NÚMEROS
A medida foi aprovada, em termos gerais, com 410 votos a favor e 24 contra.
Menos de 1 milhão de pessoas com idades entre 12 e 65 anos relataram usar vaporizador regularmente em 2022, de acordo com dados federais citados por legisladores. Enquanto isso, cerca de 500 mil adolescentes e 300 mil adultos usavam cigarros eletrônicos.
CITAÇÕES PRINCIPAIS
“Valorizamos o direito das meninas, dos meninos e dos jovens à boa saúde acima dos interesses económicos e políticos”, disse a legisladora do Partido dos Trabalhadores, Mary Carmen Bernal, que pertence ao bloco governante.
Enquanto isso, o legislador da oposição, Ector Jaime Ramirez, disse que a proibição do fentanil e da vaporização na mesma reforma era excessiva e “banal para o esforço que está sendo feito para combater as drogas mais viciantes e perigosas”.
O QUE SE SEGUE
A reforma deverá agora seguir para o Senado, onde o partido no poder, Morena, e os seus aliados detêm uma forte maioria. REUTERS