BRUXELAS (Reuters) – O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pressionou neste domingo por uma investigação rápida e transparente sobre supostas irregularidades durante as eleições na Geórgia e disse que colocaria o tema na agenda de uma cúpula da UE em novembro.
“As alegadas irregularidades durante as eleições na Geórgia devem ser seriamente esclarecidas e abordadas”, disse ele numa publicação na plataforma de mídia social X.
O partido no poder da Geórgia obteve quase 54% dos votos nas eleições parlamentares de sábado, disse a comissão eleitoral no domingo, enquanto os partidos da oposição contestavam o resultado e os monitores eleitorais relatavam violações significativas.
O resultado, com quase todos os distritos eleitorais contados, foi um golpe para os georgianos pró-ocidentais que consideraram as eleições como uma escolha entre um partido no poder que aprofundou os laços com a Rússia e uma oposição que visa acelerar a integração com a Europa.
Michel disse que colocaria o tema na agenda da cimeira informal da UE em Budapeste, no dia 8 de novembro, que iria “avaliar a situação e definir os próximos passos nas nossas relações com a Geórgia”.
Ele também apelou à liderança georgiana para demonstrar o seu firme compromisso com o caminho do país para a UE.
“O diálogo construtivo e inclusivo em todo o espectro político é agora fundamental”, disse ele.
O partido Georgian Dream, no poder na Geórgia, agora rumo a um quarto mandato, terá 89 assentos no parlamento, um a menos do que obteve em 2020, disse a comissão, com quatro partidos de oposição pró-Ocidente recebendo 61 assentos no total.
Uma série de violações foi denunciada no domingo por três missões de monitorização distintas que afirmaram que as alegadas violações, incluindo preenchimento de votos, suborno, intimidação de eleitores e violência perto das assembleias de voto, poderiam ter afectado o resultado, mas não chegaram a considerar o resultado fraudulento.
O Conselho Europeu agrupa os 27 estados membros da União Europeia. REUTERS