BERLIM – O ex-técnico do Liverpool, Juergen Klopp, defendeu sua decisão de ingressar na Red Bull como chefe global de futebol a partir de 2025, após críticas de torcedores na Alemanha, dizendo que o projeto era “excelente” para ele.
Klopp, que encerrou uma bem-sucedida passagem de nove anos no Liverpool na temporada passada, também treinou Mainz 05 e Borussia Dortmund na Bundesliga, com muitos dos torcedores desses clubes irritado com sua decisão de ingressar na Red Bull onde supervisionará clubes como RB Leipzig, New York Red Bulls e Red Bull Salzburg.
Os torcedores em Mainz, durante um jogo da liga no início de outubro, até desfraldaram faixas expressando sua raiva contra Klopp, que passou 18 anos como jogador do Mainz e depois como técnico.
Muitos torcedores na Alemanha se opõem à estrutura acionária dos clubes controlados pela Red Bull, incluindo o RB Leipzig, onde a fabricante de bebidas energéticas os ajudou, com injeções de investimento, a correr pelas divisões inferiores para chegar à Bundesliga em 2016.
“Você não pode tomar uma decisão dependendo das reações que haverá”, disse Klopp ao podcast do ex-meio-campista da Alemanha e do Real Madrid Toni Kroos, publicado em 30 de outubro.
“Tenho 57 anos e ainda posso trabalhar mais alguns anos. Mas não me vi à margem por enquanto. Estava claro para mim que eu faria alguma coisa. Então veio a Red Bull. Para mim, é excelente.”
Klopp ingressou no Liverpool em outubro de 2015 e conquistou a Liga dos Campeões, seu primeiro título da primeira divisão inglesa desde 1990, a Copa do Mundo de Clubes, a Copa da Inglaterra, a Copa da Liga e a Supercopa, bem como o Community Shield durante seu tempo no comando.
Ele também levou o Dortmund a títulos consecutivos da Bundesliga em 2011 e 2012, uma Copa da Alemanha e uma final da Liga dos Campeões em 2013.
Klopp não estará envolvido nas operações diárias, mas atuará como consultor dos clubes de propriedade da Red Bull na Alemanha, Estados Unidos, Brasil e Áustria.
“Adoro os meus antigos clubes, mas não posso consultar os adeptos e perguntar-lhes ‘o que devo fazer?’ “Se eu tivesse ido para o Bayern (Munique), teria havido um grande clamor em Dortmund”, disse o alemão.
“O que devo fazer? Eu quero continuar trabalhando. Se você organizar sua vida tentando agradar a todos, descobrirá que falhará todos os dias.”
Klopp sublinhou ainda que não se prevê regressar à carreira de treinador, mesmo a nível internacional pela Alemanha.
“Eu não queria pisar no calo de ninguém. Amo todos os meus antigos clubes”, disse Klopp. “Mas não sei o que poderia ter feito para que todos ficassem felizes.
“Minha única (outra) opção real teria sido me tornar técnico de uma seleção nacional. Mas não quero mais ser treinador.”