CINGAPURA – Os family offices estão transferindo seu dinheiro para títulos e ações públicas e privadas, com quase metade esperando retornos acima de 10% nos próximos 12 meses.
As alocações de capital público foram semelhantes globalmente – entre 26% e 30%. As alocações para crédito privado e fundos imobiliários também estavam em níveis comparáveis de cerca de 2%.
As alocações de títulos variaram em todo o mundo, com escritórios na Ásia-Pacífico e na América Latina dando mais ênfase a elas, em comparação com as outras regiões.
Os family offices da Ásia-Pacífico – entidades que administram o patrimônio dos super-ricos – lideraram o caminho na aplicação de mais recursos em ações públicas, ou empresas de capital aberto, disse a pesquisa Family Office de 2024 do Citi Private Bank em 18 de setembro.
Cerca de 68 por cento na região relataram aumento de alocações para capital público, o maior em relação a outras partes do mundo. Apenas 32 por cento na América do Norte o fizeram.
Cerca de 42% dos family offices da Ásia-Pacífico aumentaram as alocações para renda fixa, enquanto 39% aumentaram as alocações para private equity ou empresas não listadas.
A classe de ativos que apresentou a menor mudança em todas as regiões foi o mercado imobiliário.
Quase 40% de todos os family offices na Europa, Oriente Médio e África, América Latina e Ásia-Pacífico reduziram sua participação em dinheiro, em comparação com 30% na América do Norte.
A pesquisa atraiu respostas de 338 escritórios no mundo todo, com cerca de 20 por cento dos entrevistados da Ásia-Pacífico. Metade dos entrevistados tinha mais de US$ 500 milhões (S$ 647 milhões) em ativos sob gestão (AUM).
As relações entre os Estados Unidos e a China eram uma das principais preocupações dos family offices da Ásia-Pacífico. Isso foi seguido por mercados caros, inflação, taxas de juros e estabilidade do sistema financeiro global, bem como disputas comerciais e riscos cambiais.
Os conflitos no Oriente Médio e a guerra entre Rússia e Ucrânia continuaram preocupantes, mas em menor grau na região Ásia-Pacífico.
Pela primeira vez desde 2021, a inflação não era mais uma das principais preocupações globais. Em vez disso, a perspectiva para as taxas de juros era a principal preocupação para mais da metade dos entrevistados em todo o mundo. Isso foi seguido pelas relações EUA-China, supervalorização do mercado e inflação.
Globalmente, as preocupações com o conflito no Oriente Médio eram mais proeminentes do que aquelas em torno da guerra entre Rússia e Ucrânia.
No que diz respeito ao desempenho do portfólio, os family offices na Ásia-Pacífico apresentaram a maior proporção de desempenho negativo, enquanto aqueles na América Latina apresentaram os maiores aumentos.
A pesquisa disse que family offices com mais de US$ 500 milhões em AUM tendem a relatar desempenho positivo do portfólio mais do que os menores. Family offices na região foram os mais otimistas sobre private equity direto e fundos de private equity, bem como ações de mercados desenvolvidos.