MOSCOU (Reuters) – O Ministério da Defesa da Rússia disse nesta quarta-feira que suas forças assumiram o controle do assentamento de Nova Illinka, perto da cidade de Kurakhove, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.
Os militares ucranianos não fizeram qualquer menção a Nova Illinka nos seus despachos diários. A cidade fica na margem oposta de um reservatório de Kurakhove, um dos pontos focais do avanço constante das forças russas pela região de Donetsk.
Mas o Deep State, um popular blog ucraniano que monitoriza os movimentos das forças armadas, disse há mais de uma semana que Nova Illinka tinha caído nas mãos dos russos.
A Reuters não pôde verificar de forma independente os relatórios do campo de batalha de nenhum dos lados.
Analistas e bloggers de guerra dizem que as forças russas estão a avançar no leste da Ucrânia ao ritmo mais rápido desde os primeiros dias da invasão de Fevereiro de 2022, capturando aldeia após aldeia.
Kurakhove e Pokrovsk, mais ao norte da região de Donetsk, são os próximos alvos aparentes do avanço russo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, falando no seu discurso noturno em vídeo, mencionou áreas ao redor de ambas as cidades como palco de alguns dos combates mais ferozes do conflito, que já se estende por mais de 33 meses.
Zelenskiy também citou o setor de Kupiansk, mais ao norte, na região de Kharkiv, onde as tropas russas têm estado ativas. De acordo com relatórios ucranianos, as tropas russas fizeram duas incursões recentemente em Kupiansk, apenas para serem expulsas.
A cidade foi ocupada pelas forças russas nas primeiras semanas da invasão e foi recapturada meses depois numa contra-ofensiva ucraniana relâmpago.
O Estado-Maior da Ucrânia, num relatório noturno na quarta-feira, disse que as forças ucranianas repeliram 30 dos 36 ataques perto de Kurakhove, com seis confrontos armados ainda em curso. Afirmou que as tropas ucranianas repeliram 26 dos 35 ataques perto de Pokrovsk.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que o fogo da artilharia ucraniana atingiu duas vezes a usina nuclear de Zaporizhzhia, controlada pela Rússia, e a cidade de Enerhodar, onde vive a maior parte do pessoal da usina.
A Rússia e a Ucrânia acusam-se regularmente de realizar ataques à central, a maior da Europa, com seis reactores. Ambos os lados negam ter como alvo a planta. REUTERS