PEQUIM (Reuters) – A China recusou-se em 27 de novembro a comentar sobre o casamento do filho do ex-líder encarcerado Bo Xilai com um indivíduo de Taiwan, dizendo apenas que se opunha a especulações “maliciosas” sobre o assunto.
A discussão pública é um tabu no caso de Bo, outrora considerado um candidato à liderança máxima, mas condenado à prisão perpétua em 2013, e a questão do casamento do seu filho torna-se ainda mais sensível devido ao mau estado dos laços da China com Taiwan.
Questionado sobre o casamento em uma coletiva de imprensa regular em Pequim, Chen Binhua, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan da China, disse que não poderia comentar.
Mas ele acrescentou que o governo “se opõe a exagerar maliciosamente”.
Pressionado por um repórter sobre mais perguntas sobre o filho, Bo Guagua, Chen disse que não tinha mais nada a dizer sobre “aquele casamento”.
O pai foi considerado culpado de corrupção e abuso de poder em uma dramática queda em desgraça ligada ao assassinato do empresário britânico Neil Heywood. A mãe foi considerada culpada pelo assassinato de Heywood e também está presa na China.
Na semana passada, o governo de Taiwan disse que Bo Guagua estava visitando a ilha governada democraticamenteque a China reivindica como sua, embora Taipei rejeite as reivindicações de soberania, após o seu casamento com uma cidadã taiwanesa.
A Reuters não conseguiu entrar em contato com Bo Guagua, formado em Oxford e Harvard, para comentar. Ele viveu fora da China e manteve-se discreto desde que seus pais foram presos. Não se sabe se ele retornou à China durante esse período.
A Reuters também não conseguiu confirmar com quem ele se casou.
A conferência de imprensa de 27 de Novembro foi transmitida em directo online pelos meios de comunicação estatais, mas a transcrição oficial omitiu a pergunta sobre Bo Guagua. REUTERS