TÓQUIO (Reuters) – O novo primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, ocupará cargos importantes no partido na segunda-feira, seguido por um novo gabinete na terça-feira, enquanto tenta unir seu partido após uma das disputas de liderança mais acirradas do LDP no poder e antes de uma eleição geral.
Entre as principais escolhas de Ishiba até agora estão dois candidatos rivais na corrida pela liderança, Katsunobu Kato como ministro das Finanças e Yoshimasa Hayashi para permanecer como secretário-chefe de gabinete, um cargo crucial que inclui o papel de principal porta-voz do governo, disseram fontes anteriormente à Reuters.
As ações japonesas caíram mais de 4% na segunda-feira, com o fortalecimento do iene em reação à vitória de liderança de Ishiba, que é visto como um falcão da política monetária.
Um aliado próximo de Ishiba, Takeshi Iwaya, ex-chefe da Defesa, assumirá o cargo de ministro das Relações Exteriores, enquanto o Gen Nakatani retornará ao Ministério da Defesa, cargo que ocupou em 2016, disse uma fonte familiarizada com as nomeações, confirmando relatos anteriores da mídia.
Ausente, no entanto, das escolhas até agora divulgadas pela mídia local está Sanae Takaichi, o conservador linha-dura que ele derrotou por 215 votos a 194 na sexta-feira, na eleição de liderança mais disputada em quase sete décadas.
A exclusão de Takaichi poderá tornar difícil para Ishiba gerir um grupo governante rebelde, abalado por escândalos que minaram o seu apoio público.
Numa entrevista televisiva no domingo, Ishiba não discutiu as suas nomeações para o gabinete, mas sugeriu que poderá convocar eleições gerais já em Outubro. Uma votação deve ser realizada nos próximos 13 meses.
Outro rival, Shinjiro Koizumi, que apelou a eleições antecipadas, será o seu chefe de campanha eleitoral, de acordo com uma reportagem da imprensa local. O ex-primeiro-ministro Yoshihide Suga, que apoiou Koizumi, será o vice-presidente do partido, disseram as fontes. REUTERS