Admissões prejudiciais
O ex-chefe da polícia que se tornou senador Ronaldo dela Rosa, o principal executor da repressão nacional de Duterte, disse anteriormente que os esquadrões da morte eram “ficção”.
Na audiência de 28 de outubro, ele minimizou os últimos comentários de Duterte, dizendo que deveriam ser considerados uma piada.
A guerra contra as drogas nas Filipinas também é objeto de uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre possíveis crimes contra a humanidade.
De acordo com dados da polícia, mais de 6.200 pessoas morreram em operações antidrogas sob a presidência de Duterte, durante as quais a polícia normalmente dizia ter matado suspeitos em legítima defesa.
Grupos de direitos humanos acreditam que o verdadeiro custo da guerra às drogas é muito maior, com milhares de novos consumidores e pequenos vendedores ambulantes mortos em circunstâncias misteriosas por agressores desconhecidos.
“As confissões de Duterte foram muito, muito prejudiciais. Terá um peso importante na decisão do TPI”, disse a advogada de direitos humanos Neri Colmenares, que também representa famílias de vítimas da guerra às drogas.
“Ele admitiu praticamente os elementos do crime contra a humanidade”, disse ele.
Duterte, de 79 anos, eleito com base nas promessas de acabar com o crime e as drogas e matar milhares de traficantes, não apresentou desculpas na audiência, que também contou com a presença de familiares das vítimas.
“Se vocês me deixassem voltar, eu faria tudo de novo”, disse ele aos senadores. REUTERS