NOVA DELHI – As tropas da Índia e da China começaram a recuar de duas últimas posições de impasse ao longo da disputada fronteira do Himalaia, abrindo caminho para pôr fim a um confronto militar de quatro anos.
Eis como começou o último conflito entre os vizinhos com armas nucleares e como prejudicou os seus laços.
A FRONTEIRA
A Índia e a China partilham uma fronteira de cerca de 4.000 km (2.500 milhas), uma grande parte da qual não está demarcada e é disputada. Grande parte dela também corre ao longo do Himalaia, passando por geleiras, desertos nevados e rios no oeste até montanhas densamente arborizadas no leste.
O CONFRONTO
O conflito eclodiu entre tropas indianas e chinesas em junho de 2020, no vale de Galwan, no território indiano de Ladakh – considerado importante porque leva a Aksai Chin, um planalto disputado, reivindicado pela Índia, mas controlado pela China.
Pelo menos 20 soldados indianos e quatro chineses foram mortos no primeiro confronto militar mortal entre os vizinhos desde 1975.
O GATILHO
O confronto eclodiu sobre duas tendas e torres de observação que a Índia disse terem sido construídas no seu lado da fronteira de facto, e que as suas tropas incendiaram depois de terem sido descobertas por uma patrulha.
RESPOSTA DAS TROPAS CHINESAS
Em resposta, um grande grupo de soldados chineses, levemente armados devido às regras de combate na região, chegou e confrontou as tropas indianas.
Cerca de 900 soldados de ambos os lados estiveram envolvidos no combate corpo a corpo que se seguiu, quando se espancaram com pedras e paus de madeira incrustados com pregos.
RESPOSTAS DOS GOVERNOS
Após o conflito, Nova Deli intensificou o escrutínio dos investimentos da China, proibiu aplicações móveis chinesas populares e cortou as rotas aéreas diretas de passageiros para a China.
Mais tarde, o ministro da Defesa da Índia disse que o incidente mostrou que a China desrespeitou um pacto bilateral entre os países.
A China disse que houve uma violação grave do consenso alcançado pelos vizinhos.
QUAL É A SITUAÇÃO AGORA?
Nos últimos quatro anos, ambos os lados retiraram tropas de cinco locais na fronteira onde se encontravam em posições de confronto direto e, na sequência do acordo desta semana, retirarão o pessoal dos dois últimos pontos. REUTERS