MEGALONG VALLEY, Austrália – Armada com medicamentos para tratar sarna, a conservacionista Melina Budden segue silenciosamente um vombate chamado Hope, que está infectado com a doença de pele, pela floresta no sudeste da Austrália.
A Sra. Budden, que fundou o Blue Mountains Wombat Conservation Group em 2020, lidera uma equipe de várias dezenas de voluntários que estão tentando proteger o wombat, um marsupial exclusivo da Austrália.
A sarna, causada por ácaros parasitas e uma das principais causas da mortalidade dos vombates, ameaça a sobrevivência da espécie, pois as mudanças climáticas representam outros perigos para o animal emblemático, disse a Sra. Budden.
“É uma morte muito lenta e dolorosa, então, em 100 por cento dos casos, ela os exterminará (se não for tratada)”, disse ela à Reuters.
A sarna afeta a maioria dos mamíferos nativos da Austrália e também pode infectar gado e humanos imunocomprometidos, o que a torna um “problema de biossegurança”, disse ela.
A dependência de grupos comunitários e a falta de soluções de longo prazo destacam a necessidade de mais pesquisas e financiamento, ela acrescentou.
As mudanças climáticas também são uma preocupação significativa, com o número crescente de inundações, secas e incêndios florestais na Austrália, minando a resiliência dos animais e dificultando o combate a doenças como a sarna.
Rastrear e tratar até 200 vombates por semana é um trabalho intensivo, e frequentemente os mesmos vombates precisam ser pulverizados todo ano. Hope está agora em seu terceiro ano de tratamento.
“Sinto como se estivéssemos apenas em um carrossel, mas você não pode parar”, disse a Sra. Budden. “Você não pode simplesmente deixar algo morrer uma morte muito lenta e dolorosa e não fazer nada.” REUTERS