Após um declínio que durou um ano, as fusões e aquisições (F&A) na Índia aumentaram 13,8%, para 69,2 mil milhões de dólares nos primeiros nove meses de 2024, acima dos 60,8 mil milhões de dólares no mesmo período de 2023.
Liderados por empresas indianas e empresas de private equity (PE), 2.301 negócios foram assinados entre janeiro e setembro deste ano, em comparação com 1.855 negócios relatados no mesmo período do ano passado, segundo dados da Bloomberg.
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A aquisição de uma participação pela Bharti Airtel no BT Group, um grupo britânico de telecomunicações, liderou a tabela de transações de fusões e aquisições até agora neste ano, com US$ 4,08 bilhões. Isto foi seguido por uma transação de liquidação familiar na família Godrej. A aquisição da Gujarat Gas pela Gujarat State Petronet por US$ 3 bilhões foi a terceira maior aquisição no país.

Bhovin Shah, sócio e líder (private equity e negócios) da PwC Índia, disse que o tamanho do mercado e o potencial de crescimento da Índia são mais atraentes para os investidores do que os mercados desenvolvidos na América do Norte e na Europa, daí o aumento nos negócios.
“As elevadas taxas de crescimento do produto interno bruto e um mercado de ações forte levaram a avaliações mais elevadas na Índia”, disse Shah.
Além disso, as flutuações das taxas de juro e a inflação afectam o custo do capital e da dívida, exigindo ajustamentos nas condições de financiamento, nas participações no capital e nos acordos de partilha de riscos, que, por sua vez, afectam as avaliações. As transacções transfronteiriças também são afectadas por alterações nas taxas de câmbio reais.
Vishal Agarwal, sócio da Grant Thornton Índia, diz que diferentes partes do mundo parecem estar a comportar-se de forma diferente. A Ásia Ocidental emergiu como uma grande atração para o investimento estrangeiro e concentrou-se na atração de capital.
“O Ocidente parece estar a afastar-se da China, apesar de o Médio Oriente continuar a investir lá”, disse ele.
As avaliações e os retornos aumentaram nos mercados desenvolvidos, tornando os investimentos baseados em retornos ajustados ao risco mais atrativos do que nos mercados em desenvolvimento como a Índia, onde os múltiplos de avaliação prevalecentes são mais elevados e se espera que os retornos sejam mais baixos.
“Os investidores sentem que o mercado indiano tem bons preços. Parece haver interesse em negócios em estágio inicial e aquisições definitivas, onde os promotores não estão dispostos a permanecer até a oferta pública inicial (IPO). A maioria dos negócios de porte de crescimento estão sendo avaliados para IPOs, e não para fundos de PE, já que estes últimos são vistos como mais caros”, disse Agarwal.
Os fundos de private equity surgiram como uma parte importante das fusões e aquisições, com compras e vendas de ações no valor de 24,2 mil milhões de dólares nos primeiros nove meses de 2024, um aumento de 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Publicado pela primeira vez: 02 de outubro de 2024 | 12h23 É