CINGAPURA – Os parques empresariais continuam relevantes e competitivos no cenário imobiliário de Cingapura, mas novas práticas de trabalho podem prejudicar a demanda por esses espaços, concluiu uma pesquisa da Universidade Nacional de Cingapura (NUS).
Essas dinâmicas de mercado podem obrigar algumas empresas a se tornarem “mais liberais”, potencialmente minando as vantagens físicas de localização dos parques empresariais, disse Sing Tien Foo, professor titular de imóveis na NUS Business School, no relatório da pesquisa divulgado em 30 de agosto.
“Isso sinaliza uma necessidade urgente para que os operadores de parques empresariais se reposicionem e reinventem seus espaços no cenário de mercado em mudança”, acrescentou.
Cerca de 70% dos executivos imobiliários entrevistados pela NUS concordaram que os parques empresariais eram relevantes no mercado imobiliário de Cingapura; 62% concordaram que tais ativos permaneceriam atraentes e continuariam a reter negócios e investimentos de empresas multinacionais.
A pesquisa foi conduzida pelo Departamento de Imóveis e pelo Instituto de Estudos Imobiliários e Urbanos da NUS.
A relevância dos parques empresariais foi questionada recentemente com as taxas de vacância em ascensão, embora em graus variados, disse a NUS. A taxa de vacância no Changi Business Park, por exemplo, aumentou, com algumas propriedades lá relatando quase 40 por cento de espaço desocupado.
O relatório da NUS atribuiu o esvaziamento de parques empresariais a fatores específicos da localização. O Prof. Sing apontou para o aumento de arranjos de trabalho alternativos e o desenvolvimento de novos parques empresariais em locais acessíveis – o que pode ser um golpe duplo para parques empresariais mais antigos e menos acessíveis, que têm sentido pressão para reter e atrair inquilinos.
Executivos do setor imobiliário entrevistados na pesquisa disseram que a adoção de arranjos de trabalho híbridos e novas práticas de trabalho pode ter efeitos significativos na demanda por esses espaços.
A NUS observou que novas práticas de trabalho que reduzem as interações face a face – como trabalhar em casa, data centers baseados em nuvem que permitem que as empresas usem mais tecnologia e automação, e plataformas virtuais como Microsoft Teams e Zoom – estão afetando o uso de parques empresariais. “Vemos como a adoção de tecnologia em locais de trabalho – na forma de plataformas virtuais – muda uma configuração rígida convencional para uma configuração de espaço de trabalho mais flexível, o que pode reduzir a dependência das empresas em espaço físico em parques empresariais”, disse o Prof. Sing no relatório.
Os entrevistados da pesquisa concordaram unanimemente que o aluguel competitivo influenciará as decisões das empresas de se mudarem para parques empresariais – 89% deles citaram isso como o principal fator.
“A proposta de valor do parque empresarial permanece inalterada e é uma alternativa econômica para ocupantes qualificados que não precisam estar no (Central Business District)”, disse um entrevistado.
A facilidade de acesso por transporte público ficou em um distante segundo lugar, com 65% dos entrevistados citando-a como um fator importante.
Cerca de 58 por cento dos entrevistados sentiram que agrupar empresas com negócios semelhantes e relacionados – uma prática conhecida como aglomeração – poderia atrair mais empresas multinacionais para os parques empresariais, enquanto boas comodidades nos parques garantiram cerca de 54 por cento de concordância dos entrevistados.
A aglomeração de força de trabalho e profissionais dos setores de alta tecnologia e finanças foi classificada como o quinto fator mais importante pelos entrevistados, indicando que isso pode desempenhar um papel na atração de inquilinos para parques empresariais.
Outros fatores incluem proximidade de moradias de qualidade, disponibilidade de estilo de vida e instalações gastronômicas, espaços para abrigar diversas atividades (como administração, marketing e pesquisa e desenvolvimento) e ambientes exuberantes, mostrou a pesquisa.
A pesquisa trimestral entrevista entrevistados de incorporadores, empresas de consultoria e serviços imobiliários e outros setores relacionados ao mercado imobiliário, como arquitetura, bancos e direito. OS TEMPOS DE NEGÓCIOS