YANGON (Reuters) – Dezenas de pessoas foram mortas em um ataque aéreo do governo militar de Mianmar no estado ocidental de Rakhine esta semana, informou a ONU, enquanto a guerra civil no país do Sudeste Asiático se aproxima do seu quarto ano.
O governo paralelo civil e o Exército Arakan, uma milícia étnica baseada em Rakhine que luta pela autonomia da região, também relataram que o ataque matou dezenas de pessoas.
A junta atingiu a aldeia de Kyauk Ni Maw, no município de Yanbye, na tarde de 8 de janeiro, destruindo cerca de 500 casas e matando mais de 40 pessoas, de acordo com o Governo de Unidade Nacional e um comunicado da ONU divulgado na noite de 10 de janeiro.
A Reuters não conseguiu verificar imediatamente os relatórios. Um porta-voz dos militares não atendeu ligações pedindo comentários.
A junta rejeita as acusações de cometer atrocidades contra civis, dizendo que está a combater “terroristas”.
O Exército Arakan divulgou os nomes de 26 aldeões muçulmanos que disse terem sido mortos e 12 feridos no ataque.
Mianmar está em crise desde os militares derrubaram o governo eleito da ganhadora do Nobel Aung San Suu Kyi em 2021, desencadeando protestos em massa que evoluíram para uma rebelião armada generalizada em múltiplas frentes.
A declaração da ONU instou todas as partes a cumprirem as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional.
A Campanha do Dinheiro de Sangue, uma coligação de activistas de Mianmar que trabalha para cortar receitas à junta, instou os governos internacionais a sancionarem rapidamente as entidades que lhe fornecem combustível de aviação.
“Só quando este apoio parar é que os ataques aéreos realmente terminarão”, disse Mulan, porta-voz da Campanha do Dinheiro Sangrento, que tem apenas um nome. REUTERS
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