BRASÍLIA – Dois altos policiais foram presos no Brasil sob suspeita de aceitarem subornos e fornecerem segurança para atividades ilegais de mineração de ouro na Amazônia, de acordo com um documento judicial visto pela Reuters nesta sexta-feira.

As autoridades brasileiras suspeitam que estavam recebendo dinheiro para ignorar e até fornecer segurança privada para o comércio de ouro extraído ilegalmente de terras indígenas e áreas de conservação, mostraram a decisão do tribunal e um comunicado da Polícia Federal.

Outros 36 policiais foram afastados de seus empregos por suspeita de envolvimento no esquema de proteção, e carros de luxo, joias, celulares e uma quantidade não especificada de ouro e dinheiro foram apreendidos, segundo os documentos.

O Brasil está tentando reprimir a mineração ilegal de ouro que aumentou nos últimos anos, alimentada pelos preços mundiais recordes e pela ausência de fiscalização durante o anterior governo de extrema direita do país. Acredita-se que mais da metade do ouro exportado do Brasil seja produzido ilegalmente.

A polícia disse ter encontrado “fortes evidências” de que o ouro comercializado pela organização criminosa vem de locais próximos ou dentro da Terra Indígena Munduruku, uma reserva na floresta amazônica do tamanho da Suíça.

Os dois policiais militares do norte do Pará, bem como dois empresários da empresa de ouro Gana Gold, foram presos preventivamente na quinta-feira, segundo o documento judicial.

A Polícia Militar do Pará não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários. A Reuters não conseguiu encontrar imediatamente representantes da Gana Gold.

O comunicado da polícia afirma que a empresa alvo da operação teve um rendimento estimado em 1,1 mil milhões de reais (182,9 milhões de dólares) entre 2020 e 2021, acrescentando que já esteve no centro de outras investigações oficiais sobre mineração ilegal.

As autoridades brasileiras iniciaram no início deste mês uma operação para remover garimpeiros ilegais da reserva Munduruku, onde agentes encontraram pistas de pouso clandestinas usadas por garimpeiros selvagens. REUTERS

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